Significado da história A Lebre e a Tartaruga

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A fábula A Lebre e a Tartaruga é extremamente famosa. Ouso dizer que se não foram todas, a grande maioria das crianças já escutou essa história, pelo menos uma vez.

E você adulto, mutio provavelmente, já precisou interpretar essa história em sala de aula.

Mas será que você se lembra mesmo de como a interpretou? Será que você lembra dessa história perfeitamente? Bem, caso não lembre, hoje é uma ótima oportunidade para recordar desta fábula.

Mas antes disso, nós vamos falar sobre o que é uma fábula. Mas não é só isso. Pois uma vez que fábula A Lebre e a Tartaruga faz parte das fábulas de Esopo, comentaremos sobre isso também.

Vamos lá?

O que é uma fábula

A princípio, as fábulas são composições literárias curtas, escritas em prosa ou versos. Nelas, os personagens são animais que apresentam características humanas. Logo, elas estão muito presentes na literatura infantil e têm caráter educativo.

Em primeiro lugar, elas possuem analogias entre o cotidiano humano e as histórias das personagens. Essa analogia é chamada de moral e geralmente é apresentada no fim da narrativa.

Sendo assim, o que difere a fábula dos demais gêneros metafóricos é a presença do animal numa posição humana. O caráter de narrativa de tradição oral é assegurado pela íntima ligação que ela possui com a sabedoria popular.

Além disso, um outro aspecto que fortalece essa ligação é a própria origem da palavra fábula. Ela vem do verbo fabulare, que significa narrar ou falar. Inclusive, é deste próprio verbo que surge o atual verbo falar em português.

Contudo, considera-se que as fábulas tiveram origem no Oriente e pertenceram aos assírios e babilônios. Porém, foi Esopo, escravo da Grécia antiga que viveu no século VI a.C., que as desenvolveu. O francês Jean de La Fontaine foi um grande divulgador das fábulas de Esopo.

Por fim, La Fontaine reescrevia as fábulas para fins educativos e caracterizava as personagens de acordo com suas aparências.

As fábulas de Esopo

As Fábulas de Esopo são uma coleção de fábulas creditadas a Esopo (620 a.C.|620—560 a.C.). Ele foi um escravo e contador de histórias que viveu na Grécia Antiga.

Contudo, as fábulas de Esopo tornaram-se um termo genérico para coleções de fábulas brandas e usualmente envolvendo animais personificados.

As fábulas remontam a uma chance popular para educação moral de crianças. Há muitas histórias incluídas nas fábulas de Esopo, como, por exemplo:

  • A raposa e as uvas (de que a expressão idiomática “uvas verdes” foi derivada);
  • A Cigarra e a Formiga;
  • O vento norte e o sol;
  • O menino que gritava lobo;
  • O Lobo e o Cordeiro.

Assim, podemos dizer que, em toda parte, a fábula é um conto de moralidade popular. Elas têm uma lição de inteligência, de justiça, e de sagacidade, trazida até nós por nossos “Esopos”. Ou seja, nossos contadores de histórias.

Inclusive, no século III d.C. Apolônio de Tiana, o filósofo do século I d.C. recordou como tendo dito sobre Esopo:

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    “Como aqueles que jantam bem nos pratos mais planos, ele fez uso de humildes incidentes para ensinar grandes verdades, e após servir uma história ele adiciona a ela o aviso para fazer uma coisa ou não fazê-la. Então, também, ele foi realmente mais atacado para verdade do que os poetas são”.

    Agora vamos contar a fábula a lebre e a tartaruga. Afinal, precisamos lê-la novamente para podermos analisá-la.

    A Lebre e a Tartaruga

    A lebre vivia a se gabar de que era o mais veloz de todos os animais. Até o dia em que encontrou a tartaruga.

    – Eu tenho certeza de que, se apostarmos uma corrida, serei a vencedora – desafiou a tartaruga.

    A lebre caiu na gargalhada.

    – Uma corrida? Eu e você? Essa é boa!

    – Por acaso você está com medo de perder? – perguntou a tartaruga.

    – É mais fácil um leão cacarejar do que eu perder uma corrida para você – respondeu a lebre.

    No dia seguinte a raposa foi escolhida para ser a juíza da prova. Bastou dar o sinal da largada para a lebre disparar na frente a toda velocidade. A tartaruga não se abalou e continuou na disputa. A lebre estava tão certa da vitória que resolveu tirar uma soneca.

    “Se aquela molenga passar na minha frente, é só correr um pouco que eu a ultrapasso” – pensou.

    A lebre dormiu tanto que não percebeu quando a tartaruga, em sua marcha vagarosa e constante, passou. Quando acordou, continuou a correr com ares de vencedora. Mas, para sua surpresa, a tartaruga, que não descansara um só minuto, cruzou a linha de chegada em primeiro lugar.

    Desse dia em diante, a lebre tornou-se o alvo das chacotas da floresta.

    Quando dizia que era o animal mais veloz, todos lembravam-na de uma certa tartaruga…

    Significado da história

    Como falamos, a característica das fábulas é a moral que elas ensinam. Com a lebre e a tartaruga não seria diferente, mesmo que você conheça várias interpretações diversas.

    No entanto, algumas interpretações são enviesadas. Ou seja, a interpretação é carregada da experiência pessoal de cada pessoa. Não quer dizer que é um erro, mas é algo mais pontual.

    Portanto, nesse tópico, nós tentaremos pensar em como a psicanálise olha para essa fábula.

    Psicanálise

    A priori, podemos ver que o excesso de autoconfiança pode fazer com que grandes ideias percam completamente o significado. Até profissionais muito competentes podem ser vistos como pessoas sem brilho quando se mostram muito autoconfiantes.

    Além disso, podem ser vistas como indivíduos sem comprometimento, ou mesmo incompetentes.

    Afinal, a lebre achava que ela era tão rápida, que ela poderia deixar para última hora que ganharia. Então, ela só não se esforçou. Não apenas isso, mas ela esnobou a tartaruga, pois ela seria fraca em relação a lebre.

    Quantas vezes você já se sentiu menosprezado? Quantas vezes ouviu que você não era bom o suficiente? Ou compararam você a outra pessoa? Desde nossa infância passamos por isso. Ouvimos coisas e vivemos situações que acabamos por internalizar.

    Segundo a psicanálise, nós internalizamos tudo, de modo que muita coisa fica presa em nosso inconsciente.

    O papel do inconsciente

    Tratando-se de traumas que na maioria das vezes são traumas de infãncia, eles interferem nos nossos comportamentos e como vemos a vida. Porém, não são apenas os pensamentos ruins que internalizamos.

    Afinal, esse excesso de confiança que resulta em comportamentos ruins também pode ser resultado de internalização.

    O que devemos fazer é analisar nossos comportamentos. Ou seja, precisamos ser realmente críticos. É necessário entender o porquê de olharmos para os outros de maneira grosseira e esnobe.

    O que motiva um comportamento preguiçoso e falho? Só através dessa análise nós poderemos trabalhar nos comportamentos tóxicos.

    Além de tudo isso, lembre-se: a tartaruga não se diminuiu e continuou mesmo que ninguém acreditasse. No final, ela conseguiu, pois não importa o que os outros acham. Nesse sentido, importa o que você acredita sobre si mesmo.

    Conclusão

    Ouvimos fábulas desde muito pequenos. Muitas delas nós internalizamos e levamos para vida mesmo sem perceber. A Lebre e a Tartaruga é uma dessas histórias.

    Além de toda a nostalgia da fábula, essa história nos ensina que é preciso se manter focado e humilde.

    Todos somos capazes de realizar o que desejamos desde que não paremos e continuemos.

    Enfim, se quer saber como desenvolver mais conhecimento sobre o comportamento humano, se matricule em nosso Curso de Psicanálise Clínica Online! A partir dele você saberá aplicar conceitos como os indicados em A Lebre e a Tartaruga na sua vida pessoal ou profissional. Confira!

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