Woody Allen revolucionou a dinâmica do cinema com a sua visão caricata e pessimista da realidade, mas ainda muito inteligente. Entretanto, por baixo de tanto humor, encontramos mensagens subliminares apoiadas pela própria Psicanálise em sua filmografia. Veja como a terapia enxerga os filmes de Woody Allen.
O impacto dos filmes de Woody Allen
Os filmes de Woody Allen têm um jeito único de mexer com quem assiste. Eles vão além do simples entretenimento, fazendo a gente encarar nossos próprios desafios pessoais. É quase como uma sessão de terapia disfarçada de cinema!
A Psicanálise explica que Allen tem um talento especial para criar “espelhos” em seus filmes. Isso significa que nós, espectadores, nos vemos nos personagens. Por quê? Porque todos nós temos dramas parecidos com os deles. Assim, preenchemos as lacunas da história com nossas próprias experiências.
O estilo de Allen é bem peculiar. Ele mistura humor ácido, pessimismo e sarcasmo de um jeito que mexe com a gente sem percebermos. Mas, no meio de tudo isso, sempre há algo a aprender. Afinal, conhecimento tem o poder de nos transformar.
É interessante como, mesmo sem querer, podemos sair do cinema refletindo sobre nossa vida. Allen consegue fazer isso com maestria, usando o humor como ferramenta para abordar temas profundos. No fim das contas, seus filmes nos entretêm e nos fazem pensar – uma combinação poderosa!
Investigação dos personagens
Uma das coisas que mais chamavam atenção nos filmes de Woody Allen era a sua incapacidade proposital de resolver mistérios. Ao invés de responder as perguntas que deixa em chamada, Allen foca na investigação de seus personagens. Aqui, mais do que nunca, eles são tratados de maneira real.
Ele costumava levar cada um de seus personagens a uma espécie de consultório com divã. A partir disso, destrinchava as suas relações e como elas impactavam em suas vidas. Com isso, concluíram que:
Masoquismos
As dificuldades amorosas de cada personagem envolvia uma aura masoquista. Os personagens escolhiam sofrer ao invés de seguirem suas vidas tranquilos com outras pessoas. Havia um magnetismo muito grande quanto a isso.
O sofrimento
Muitos personagens nos filmes de Woody Allen continham paixões secretas e proibidas. O sofrimento de não ter aquele ente era o que motivava e autorizava que o indivíduo desejasse.
Notamos isso na relação de Elliot com a cunhada, no filme Hannah and Her Sisters. Durante muito tempo passa desejando-a, mas quando finalmente a tem, esquece o motivo de ela outrora enlouquecê-lo.
Um filme não é uma cura
Ainda que os filmes de Woody Allen trabalhem conjuntos inerentes da construção humana, cabe ressaltar que eles não substituem terapias. Devemos assisti-los com o intuito de entreter e refletir sobre nós mesmos.
Seria como uma espécie de abertura da porta, um reconhecimento do que percebemos. Mas ainda assim, apenas um psicanalista formado poderia nos ajudar com essas questões.
Esse tipo de pensamento vem à tona porque a Psicanálise e o cinema caminham na mesma sintonia. Com um olhar mais trabalhado, percebemos algumas informações dos personagens com base nas atitudes. Seu histórico e futuro já estão protocolados. Assim sendo, a tendência permanece, repetindo o mesmo padrão.
Além do mais, um filme produz um inconsciente coletivo, não só o reflete. Por meio das telas, temos acesso a lugares que só imaginávamos em nossas mentes. Parte desse projeto também ocorre por conta das mídias.
Assim como eu, você e ele, todos nós temos impressões idealizadas que o cinema capta e devolve.
Woody e os seus personagens humanos
Uma das coisas que mais chamam atenção nos filmes de Woody Allen é a humanidade que este dá à trama. Não estamos lidando mais com aquelas histórias datadas e pouco envolventes. Queremos ver o filme porque nós estamos no filme. Essas figuras são as nossas próprias mentes escarradas e distorcidas.
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A partir daí, notamos algumas coisas:
O impulso
Movido por um desejo sexual constante, Elliot persegue a cunhada em qualquer lugar. O homem acaba ficando obcecado por ela, visto que sua figura invade qualquer pensamento meu. Quando finalmente ela cede, isso muda de figura. Ele passa a ficar indeciso entre a amante e a mulher.
A lascívia
Por causa dela, Elliot investe massivamente na relação enquanto está longe da amante. Contudo, isso muda de figura após um ano de união. Mesmo apaixonado, ele não entende como aquela mulher comum o conquistou. Guiado pelo desejo sexual em sua maioria, o rapaz ficou cego e irrefreável.
Não é o indivíduo em si, mas a sensação do desejo
Podemos notar que, ao fim, não existe uma paixão tão desmascarada entre os personagens quanto parece. O que os impulsiona é a chance de realizar um desejo, e não tê-lo de fato. A ideia é mais apreciada do que o objeto em si. Isso acaba por tornar esses relacionamentos fadados ao fracasso.
A satisfação insatisfeita
Continuando o tópico acima, notamos que os personagens dos filmes de Woody Allen carregam um vazio quanto ao próprio desejo. Eles anseiam ter um determinado objeto, mas a real possibilidade de tê-lo pouco se cogita. Em suma, a idealização é mais prazerosa do que a realidade. É por conta disso que alguns se inclinam à infidelidade.
A rara exceção fica por conta de Elliot, que acaba voluntariamente com o seu desejo. Ele obtém o que queria em Lee, se satisfazendo, mas consequentemente destruindo seu impulso. Aos poucos, ele se acostuma a ter a jovem ao seu lado. Um ano depois, o interesse em Lee não se mostra mais o mesmo.
Os filmes de Woody Allen carregam uma estrutura única quanto à análise. Ainda que não possam ser tido como sessões, abordam inteligentemente as facetas e catalisadores da ação humana. Mesmo quem é leigo, entende como isso se dá na prática e pode refletir sobre. É uma aula de como as atitudes humanas se constroem.
Conseguimos observar também a perspectiva deprimida que temos da realidade em suas obras. De início, pode gerar um desconforto, visto que nos identificamos no pior cenário possível.
Contudo, talvez encontremos a solução na própria montagem de Allen. Dessa forma, seu trabalho se rotula como “uma filmagem homeopática”, dando o problema e resposta no mesmo local.
Considerações finais: a psicanálise nos filmes de Woody Allen
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