mente sadia definição e características

Mente sadia: definição, características e técnicas

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A complexidade do ser humano faz com que ele seja considerado “um universo em miniatura”. De tudo o que humano tem, nada é mais complexo que a estrutura do seu cérebro e o funcionamento da sua mente. Daí, a importante de entendermos o que é mente sadia?

Neste texto, vamos ver a definição sobre mente sadia, seu significado em diferentes teorias. Quais características de uma mente sadia e quais os sintomas de uma mente que não está s? É possível praticar hábitos ou fazer terapias que melhorem essa condição?

O que é mente sadia?

A mente sadia é considerado como um estado de equilíbrio psicológico e emocional, é basicamente uma autopercepção do sujeito, isto é, a própria pessoa é a melhor referência sobre se sentir saudável mentalmente ou não. A mente sadia é capaz de enfrentar desafios, expressar emoções adequadamente e manter uma perspectiva que não seja autodepreciativa sobre si mesma. É fundamental ter flexibilidade às mudanças, saber lidar consigo e com a realidade externa e a construir bons relacionamentos.

São exemplos de sintomas de uma mente que não está saudável:

  • ansiedade persistente,
  • tristeza persistente,
  • irritabilidade e alterações de humor,
  • desânimo e dificuldades de concentração,
  • baixa autoestima,
  • isolamento social ou conflitos constantes com outras pessoas.

Como Ter uma Mente Sadia

Desenvolver e manter uma mente sadia envolve práticas de maior integração da pessoa consigo mesmo e com as demandas do mundo externo.

Algumas recomendações importantes:

  • Fazer psicoterapia psicanalítica, fundamental para compreender a essência do sujeito, sua autoimagem, seus medos e desejos.
  • Praticar técnicas de relaxamento, meditação mindfulness.
  • Realizar exercícios físicos regulares.
  • Leitura, estudos, jogos de estratégia e outros recursos, que ajudam a retardar o envelhecimento cerebral.
  • Manter hábitos saudáveis de sono, tentando dormir na hora certa, em horas suficientes e realizando a higiene do sono.
  • Ter momentos para atividades de prazer, lazer e hobbies.
  • Ter um propósito de vida, permanecer aprendendo e estudando, ter projetos de médio e longo prazo.
  • Valorizar suas próprias conquistas e ter gratidão pelos outros.
  • Dedicar-se a conexões sociais e relacionamentos saudáveis.

Alimentos, tratamentos e terapias

A alimentação também desenvolve papel importante para uma mente sadia. Alguns alimentos reconhecidos por terem uma ação positiva sobre o funcionamento cerebral e qualidade de vida:

  • Ômega-3, obtido do consumo de alguns tipos de peixes,
  • Antioxidantes, vitaminas e minerais, encontrados em alimentos integrais, frutas e vegetais.

Em casos mais complexos, pode ser importante consultar um psiquiatra ou neurologista, para verificar a possibilidade de outros tratamentos ou medicamentos. Nesses casos, é importante fazer terapia e praticar outras mudanças de estilo de vida.

Cada vez mais, reconhece-se a importância da saúde mental como elemento da saúde integral das pessoas. Isso se vê na clássica declaração da Organização Mundial da Saúde:

“Não há saúde sem saúde mental” (OMS, apud M. Prince et al., 2007)

Algumas teorias sobre a mente sadia

Para a psicanálise freudiana, uma mente sadia é o equilíbrio entre desejos primitivos (id), as obrigações da moralidade coletiva (superego) e a consciência interna mediadora (ego). A terapia psicanalítica ajudaria ao colocar o paciente em contato com sua realidade psíquica interna. Todas as pessoas deveriam buscar terapia psicanalítica, como forma de analisar seus medos, desejos, representações, sonhos, crenças e padrões psíquicos.

A psicanálise é uma forma de terapia analítica, em que o tratamento é mais demorado e o sujeito vai elaborando sobre si mesmo. As mudanças são resultados indiretos deste processo de autoconhecimento.

A psicologia de Carl Rogers e Abraham Maslow defende que a autorrealização é a chave para a saúde mental, disso faz parte a autoaceitação e o crescimento pessoal.

Por outro lado, há terapias de tipo comportamental, em que o foco é, primeiro, mudanças de comportamentos e realização de tarefas.

Assim, por exemplo, o behaviorismo de Skinner enfatizou o papel do ambiente no comportamento humano. A terapia cognitivo-comportamental partilha dessa base, no sentido de defender mudanças de hábitos e de auto-observação do paciente sobre o que está pensando.

Nesse sentido mais comportamentalista, escreveu o psicólogo William James: “A grande descoberta da minha geração é que um ser humano pode alterar sua vida alterando suas atitudes”.

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    Nesta mesma direção mais comportamental, a Psicologia Positiva de Martin Seligman propõe cultivar forças e virtudes pessoais como forma de alcançar uma vida plena.

    A natureza da mente humana

    A natureza colocou-o no ápice da escala zoológica, não somente com total domínio sobre os animais, mas também com integral predomínio sobre todos os demais seres viventes e não viventes existentes sobre a face da Terra.

    O seu maior privilégio, sem nenhuma dúvida, é o de possuir o sentido da vida e plena consciência de si mesmo, o que o distingue fundamentalmente dos demais seres viventes.

    Todos os eventos universais caracterizam-se pela ordem e pela harmonia. Estas são indícios de leis que os regem e das quais não há como fugir sem que advenham gravíssimas implicações.

    Todos os seres vivos, entre os quais a espécie humana, não escapam a essa regra universal e se confundem entre si no que diz respeito a origem, ao desenvolvimento e ao futuro comum relativo à sua composição.

    Disse Lou Holtz:

    “Não é a carga que o derruba, mas sim a maneira como você a carrega” (Lou Holtz).

    Esta frase é emblemática porque nos mostra que remédio ou veneno podem estar na dose. E a interpretação que atribuímos aos fatos por vezes são mais importantes que os próprios fatos. Nesse sentido, a terapia ajuda a qualidade de vida mental, porque o sujeito passa a ter outra interpretação sobre si mesmo, sobre o mundo externo e sobre seus relacionamentos.

    Tabela – resumo dos hábitos para uma Mente Sadia

    Hábito para mente sadia Como atua e qual a importância
    Meditação e mindfulness Técnicas de relaxamento e “atenção ao presente” ajudam a reduzir o estresse.
    Exercícios regulares Atua na liberação de endorfinas e melhora o humor e o sono.
    Alimentação balanceada Nutrientes essenciais para o bem-estar corporal e bom funcionamento do cérebro.
    Sono suficiente e de qualidade Praticar higiene do sono e dormir uma quantidade suficiente de horas.
    Relações Sociais Manter a qualidade nos relacionamentos afetivos, de amizade e no trabalho.
    Aprendizado e exercícios mentais Práticas que estimulam a neuroplasticidade e o crescimento pessoal.
    Prática de gratidão Aumenta a satisfação com a vida e o otimismo.
    Tempo para lazer e hobbies Dedique parte do seu dia a coisas que lhe dão prazer e que lhe ajudem a relaxar e a se desligar das preocupações.
    Terapia Psicanalítica Conhecer a si mesmo, entender os medos e desejos e interpretações sonhos, palavras e padrões comportamentais.

    As características da mente humana sadia

    Fundamentalmente, dentro das diferenciações de cada espécie e de sua disponibilidade em função ao meio, nada há que possa notabilizá-la.

    Os seres animais obedecem à mesmo composição, formação e desenvolvimento, com variações de tempo ou de grau sem dúvida, mas nunca de forma. Sob esse prisma, portanto, o ser humano se confunde com os demais animais, ditos irracionais.

    No entanto, é um animal racional, o único, aliás, entre todas as espécies. Isso lhe permite não só a consciência de si mesmo, como o domínio das coisas e o aproveitamento das vantagens que sabe perceber na Natureza. E como se explica isso?

    O sentido da racionalidade

    Ser racional significa ser inteligente. Significa raciocínio, pensamento, compreensão, vontade, imaginação. Só o ser humano tem essa qualidade, e com ela domina, controla, cria, conquista. Os animais estão-lhe submetidos: o solo foi fecundado com sementes pelas suas mãos, perfurado para extrair suas riquezas ou rasgado em todas as direções, abrindo caminhos e espalhando progresso.

    As águas dos mares são navegadas por navios possantes, além dos que buscam as nuvens com suas asas ou o espaço cósmico com seus satélites. As grutas de ontem são hoje conjuntos arquitetônicos, e de nus que viviam nossos ancestrais, passamos nós ao abrigo de confortáveis vestes.

    Do fogo passamos à eletricidade, da eletricidade à libertação do átomo. De inventos primitivos como a roda, passamos ao rádio, ao telefone, à televisão, ao computador, à rede de computadores, ao smartfphone. Os conhecimentos se acumulam de forma tal que surgiram as especializações. Do primitivismo passou-se ao refinamento e deste ao apuro da espécie.

    E por que só ao ser humano foi deferida tão espantosa faculdade? Porque ele se difere dos animais exatamente pela racionalidade, que é o princípio e o fim de qualquer análise nesse sentido.

    Os seres irracionais têm uma constituição física. O ser humano, porém, além da sua constituição física, tem uma mente, que lhe permite ter também uma constituição psíquica.

    Responsabilidade por suas escolhas

    Graças à sua capacidade psíquica, o ser humano dispõe daquilo que se chama livre-arbítrio, mediante o qual lhe é conferido o poder da opção dentro de sua faculdade de diferenciação.

    Isso quer dizer que pode compreender e escolher entre o bem e o mal, ou seja, o que lhe é benéfico ou lhe é maléfico, o que lhe convém ou não lhe convêm. Pode, também, determinar o seu próprio destino, através de suas escolhas.

    O livre-arbítrio para ser exercido no sentido positivo, exige um autoconhecimento.

    A maioria imensa das pessoas tem todas as qualidade e condições necessárias para serem bem-sucedidas em suas aspirações, mas muitas vezes acabam desistindo, talvez pelo desconhecimento da sua própria natureza, assim como dos infinitos recursos que sua mente possui. Um deles básico: o pensamento.

    Conclusão: sobre a direção do pensamento

    O pensamento é princípio básico que possibilitará a compreensão da mente humana e a maneira correta de usá-la em função dos objetivos que cada pessoa se propõe a atingir.

    O conhecimento do uso correto da mente, associado ao pensamento firme e à ação constante é que permite a cada um a realização de seus sonhos, a obtenção de êxito em seus projetos, e em grupos sociais a que venha pertencer conquistando seus espaços.

    Ninguém nasce para ser miserável, doente ou infeliz. A miséria, a doença, e até a infelicidade, muitas vezes têm origem na mente. A prova disso é que temos pessoas bem-sucedidas que vieram de todo tipo de situação.

    Não há saúde para um corpo dominado por um pensamento doentio. Somos o que imaginamos ser, o que pensamos que somos. Não há sorte, acaso, destino ou má estrela. O que temos são pensamentos.

    Além do homem ser o que pensa, seu pensamento pode refletir em tipos de comportamentos que demonstram seu verdadeiro modo de ser. Seu porte, o modo de falar, de caminhar, seu olhar, sua postura, são reflexos do pensamento.

    A placidez, a tranquilidade, a simpatia, são resultados de um pensamento correspondente. Assim, a manifestação exterior vem a ser apenas consequência de uma situação interior, tendo por base o pensamento, sim, claro, de uma mente sadia!

    Referências bibliográficas e indicações de leitura

    Dentre as obras que mencionamos no texto, destacamos:

    • Sigmund Freud (1930). “O Mal-Estar na Civilização“. Obras completas de S. Freud, Companhia das Letras. O texto analisa como abrimos mão de parte de nosso prazer em favor de uma vida em sociedade, mas isso pode ter um preço para a saúde mental do indivíduo.
    • B. F. Skinner (1953). “Sobre o Comportamento“. Cambridge, MA: Editora B.F. Skinner Foundation. O livro traz a teorias e as experiências de Skinner, provando como o comportamento animal (e humano) pode ser condicionado por repetições.
    • Carl Rogers (1961). “Tornar-se Pessoa“. Boston: editora Houghton Mifflin. O autor trabalha o processo de busca de essência, autorrealização e propósito de vida, entre outros fatores que favorecem a autoestima necessária à mente saudável.
    • Martin Seligman (2002). “Felicidade Autêntica“. Nova York: Free Press. As forças e virtudes pessoais contribuem para um vida mais plena e satisfatória, da perspectiva do próprio sujeito.

    Este artigo sobre mente sadia foi escrito por Lauro Gimenes Junior, concluinte do Curso de Formação em Psicanálise. Algumas partes do texto foram revistas e ampliadas por Paulo Vieira, gestor da equipe de redatores do Curso. O que você achou do texto? Você considera ter uma mente sadia? Quais dicas fazem mais sentido para você? Deixe seu comentário abaixo, ficaremos felizes com seu feedback.

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