Id-Ego-e-Superego

Id, Ego e Superego: Três Partes da Mente Humana

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Assim como existe, de acordo com a linha freudiana da psicanálise, uma divisão topográfica da mente entre os níveis consciente, pré-consciente e inconsciente, essa mesma linha da psicanálise identifica outra distinção da mente humana.

Essa segunda divisão se daria entre Id, Ego e Superego.

Como coloca a teoria estrutural da mente, o Id, Ego e Superego podem transitar, até certo ponto, entre os níveis mentais que citamos acima.

Ou seja, não são elementos estáticos ou estruturas completamente rígidas.

Você já ouviu falar sobre essas instâncias psíquicas da mente? Não? Então continue a leitura e descubra agora tudo sobre essas três partes de nossa mente!

Id

Na psicanálise, o id representa a parte mais instintiva da mente humana, responsável pelos impulsos básicos, como agressividade e desejo sexual.

É a principal fonte de energia psíquica e está ligado à libido.

Totalmente inconsciente, o id opera pelo princípio do prazer, buscando satisfazer desejos imediatamente, sem considerar as consequências.

Presente desde o nascimento, é mais dominante na infância, quando a demanda por satisfação imediata dos desejos é mais forte.

O id não leva em conta normas sociais, certo ou errado, tempo ou espaço, visando apenas a realização dos impulsos sexuais e outros desejos básicos.

Ego

Para Freud, o ego é o mediador central entre o id, o ego e o superego.

Desenvolve-se a partir do id, contendo elementos inconscientes, mas opera principalmente no nível consciente.

Guiado pelo princípio da realidade, o ego limita os desejos do id que são considerados inadequados para a situação.

Ele equilibra as exigências do id, as regras do superego e as demandas da sociedade.

A partir de um certo ponto na infância, o ego geralmente toma as decisões finais. Se o ego não for bem desenvolvido, a pessoa pode ser dominada pelos impulsos primitivos do id.

O ego é essencial para interpretar a realidade, memória, emoções, percepção e para lidar com as necessidades físicas.

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    Funciona segundo a lógica e a objetividade, permitindo-nos nos relacionar com o mundo e com os outros de maneira saudável.

    Superego

    O Superego é uma parte da nossa mente que se desenvolve na infância, influenciado pelos ensinamentos de pais, escola e sociedade.

    Ele funciona tanto consciente quanto inconscientemente, representando os aspectos sociais e culturais de nossa personalidade.

    Age como um regulador, internalizando a moral, a ética e as noções de certo e errado, e se posiciona contra os impulsos primitivos do Id.

    O Superego é responsável por incutir sentimentos de culpa e medo de punição, buscando levar o Ego a se comportar de maneira moralmente perfeita.

    É a última estrutura mental a se formar e tem como função censurar impulsos indesejáveis, guiando o comportamento e os pensamentos de acordo com padrões morais e culturais.

    Trabalhando em conjunto

    Com o desenvolvimento da personalidade, o Id, o Ego e o Superego, já estão todos presentes em nossa mente.

    Ocorre então, em muitas ocasiões, uma “batalha”.

    O Id e o Superego tentam em vários momentos assumir o controle da situação.

    Tendo em vista que os dois representam desejos e impulsos completamente opostos, o Ego começa a trabalhar.

    O Ego mantém o equilíbrio entre esses dois lados tão distintos.

    Como uma espécie de balança mediadora, ele avalia as vontades do Id e do Superego, para chegar, muitas vezes, a um meio termo.

    Assim, nós nos mantemos na vida em sociedade, sem nos comportarmos como um “animal irracional”, mas também, sem “pensar demais sobre tudo”.

    Ou seja, mesmo quando nos comprometemos a não comer um doce, por exemplo, por vezes, nos damos esse pequeno prazer, por saber que irá nos ajudar psicológicamente.

    Exemplo

    Imagine que você esteja em um bar. Chegou às 19 horas e já é meia-noite.

    Amanhã você entra às oito horas da manhã no trabalho, e já bebeu cervejas o suficiente para relaxar.

    Os amigos propõem mais uma e você para e pensa. Nessa situação, aconteceria o seguinte:

    • O Id diria: Fica aí, só mais uma, ainda dá para dormir bastante e uma ressaca nunca matou ninguém.
    • O Superego, por sua vez, diria algo como: Nem pensar! Você já bebeu mais do que o suficiente, não vai trabalhar bem amanhã e seu chefe vai perceber. Você sabe que ele já não gosta muito de você. E é segunda-feira!
    • O Ego então tomaria uma decisão conciliadora dizendo: Bom, por que você não pega uma garrafa de água e vai descansar? Pensando bem, você já está até com sono,  e é bom não dar motivos para o chefe nesses tempos de crise. Sabe como você fica estranho de ressaca.  

    É dessa forma que podemos perceber a presença dessas três instâncias psíquicas em nosso dia a dia.

    São como vozes dentro de nossa própria cabeça, quase sempre discordantes, aconselhando nossas ações e tomadas de decisão.

    Id, Ego e Superego – Conclusão

    Uma das funções do Ego, segundo Freud, é reprimir o conteúdo inconsciente e garantir que ele permaneça lá.

    Esse conteúdo, no entanto, se esforça para, de alguma forma, driblar essa repressão.

    Para isso, seriam utilizados alguns mecanismos denominados pelo autor de deslocamento e condensação.

    Jakobson associou posteriormente o deslocamento com a figura de linguagem chamada metonímia, enquanto a condensação seria como uma metáfora.

    Nos sonhos, através de símbolos imagéticos, os pensamentos inconscientes conseguiriam se expressar.

    Esses símbolos imagéticos podem ser tanto metafóricos quanto metonímicos.

    Além dos sonhos, essa expressão se dá pela fala ou, mais especificamente, pelos atos falhos ou pelo humor.

    Para Freud, essas expressões que assumem caráter de piada ou equívoco aleatório não são desprovidas de significado.

    São, na verdade, mecanismos da fala que permitem a expressão de ideias inconscientes combinadas às ideias conscientes.

    São uma forma de liberar, ainda que parcialmente, as pulsões do Id.

    Assim como os sonhos, a fala aparece então como uma forma de investigar o Inconsciente humano e compreender as causas das psicopatologias.

    Por isso, Freud, em seus estudos e trabalho, passou a associar o campo da linguística ao da psicanálise.

    Posteriormente, essa associação é resgatada por Lacan, como já mencionamos.

    Recapitulando

    Através da compreensão do Id, Ego e Superego podemos, portanto, entender melhor de onde vem nosso sentimento de culpa e autocensura (Superego).

    Podemos também entender porque muitas decisões são difíceis de serem tomadas, e dificilmente nos sentimos plenamente satisfeitos com elas.

    Id, Ego e Superego não podem concordar, já que a vida em sociedade exige a sublimação de nossas pulsões.

    E essa discordância interna é o que nos traz, muitas vezes, frustrações, indecisão e mal-estar, assim como muitas das psicopatologias que interessam à psicanálise.

    Tanto Id, quanto Ego e Superego fazem parte de nosso Inconsciente.

    Ego e Superego, no entanto, encontram-se também no consciente, enquanto o Id permanece limitado ao outro nível.

    Pensando na metáfora do iceberg, a sua ponta emersa é composta por elementos do Ego e do Superego.

    Estes se estendem até a parte submersa do iceberg, onde encontram o Id.

    Se formos pensar na importância e influência do Superego em relação às outras duas partes, poderíamos dizer que ele ocupa todo o lado esquerdo do iceberg – a parte emersa e submersa -, enquanto Id e Ego dividem o lado oposto.

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    Como visto, os conceitos de Id, Ego e Superego e o Consciente e Inconsciente são a base do estudo psicanalítico.

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    19 thoughts on “Id, Ego e Superego: Três Partes da Mente Humana

    1. Gostaria de textos voltados para uma maior compreensão de como funcionam o ID, ego e superego no século xx1 em compreensão e exemplos práticos

      1. Artigo de fácil compreensão, exemplos que diferenciam o id, ego e o superego

    2. Simone Fernandes disse:

      Amei o artigo, bem explicado e de fácil compreensao

    3. Monforte Lopez disse:

      O melhor artigo até agora. Como dito nos outros comentários, simples, claro e objetivo. Conclusão: Quanto mais simples melhor!

    4. Maria Aparecida Ferreira Prado disse:

      Amei este artigo, ficando bem claro essas três bases digamos assim, para entender melhor o porque da dificuldade nas tomadas de decisões, Muito importante,

    5. Luiz Raimundo Rego de Siqueira disse:

      Excelente estudo

    6. Achei bem valido o texto. O melhor texto ate agora de fácil compreensão utilizando exemplos de indecisões da nossa vida.

    7. Evangelista Damasceno Santos disse:

      Ótimo artigo. Muito AGREGADOR PARA O NOSSO CONHECIMENTO PARA O ENTENDIMENTO DO NOSSO PSICOLÓGICO.

    8. Orlando de lira Carneiro disse:

      Sou um estudioso da Análise do Discurso e a agora entendi essa relação da Linguística com a Psicanálise!

    9. Mizael Carvalho disse:

      Muito bom texto! Vimos que há uma luta interior, que o ego tenta manter o equilíbrio entre os dois lados tão distintos.

    10. Muito bom o artigo. Claro e simples, parabéns!!!!

    11. Laercio Barra disse:

      Achei muito interessante a analogia feita do cara bebendo em um bar .

    12. Um texto muito interessante! Agora deu para entender muitos dilemas da vida cotidiana.

    13. Fernanda Rodrigues Lima disse:

      muito agradeço por esse caminho que escolhi e, nesse curso que tenho certeza do meu aprendizado.
      Muitas vezes fazendo alguma atividade prazerosa passamos pelo id, ego e superego.

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